O Censo Brasileiro de Observação de Aves, realizado em 2012, 2017 e 2023, revelou dados fundamentais para compreender o perfil dos observadores de aves no Brasil e seu impacto no turismo sustentável. Esses dados não apenas destacam o potencial econômico e social da prática, mas também reforçam a importância de posicionar destinos estrategicamente para atrair esse público crescente.
Crescimento e Perfil do Público
Entre os destaques do censo, nota-se um crescimento consistente na prática da observação de aves, com 38,6% dos participantes de 2023 relatando terem iniciado a atividade nos últimos quatro anos. A prática atrai predominantemente pessoas com alto nível educacional e boa situação financeira, mas tem mostrado sinais de inclusão, com aumento da participação feminina e de grupos diversos.
Outro dado revelador é o interesse dos observadores por destinos que combinam biodiversidade e infraestrutura adequada. Mais de 80% dos entrevistados priorizam locais com áreas protegidas, como parques nacionais e reservas particulares, demonstrando a importância da conservação ambiental no aviturismo.
O Papel Econômico do Aviturismo
O turismo de observação de aves movimenta uma ampla cadeia produtiva, desde hospedagens e guias especializados até a comercialização de equipamentos fotográficos. O censo identificou que 68% dos observadores investem na atividade, sendo transporte, alimentação e hospedagem os principais gastos. Além disso, 93,3% dos gestores de destinos destacaram a paisagem natural como atrativo central, enquanto 86% apontaram a diversidade de espécies como diferencial.
Esse segmento também é uma oportunidade para comunidades locais, especialmente em áreas remotas, que podem se beneficiar economicamente com o turismo sustentável. Por ser uma prática de baixo impacto ambiental, o aviturismo contribui diretamente para a valorização e preservação de ambientes naturais.
Estratégias para Posicionar Destinos
Para aproveitar o potencial do aviturismo, gestores públicos e empreendedores precisam investir em infraestrutura, promoção e capacitação. Destinos bem posicionados devem considerar:
- Infraestrutura Adequada: Trilhas seguras, guias qualificados e hospedagens adaptadas às necessidades dos observadores.
- Ações de Conservação: Garantir a proteção das espécies e dos habitats naturais.
- Promoção e Acessibilidade: Divulgação estratégica e criação de oportunidades para inclusão de diferentes grupos sociais.
- Experiências Complementares: Oferecer atividades que ampliem o tempo de permanência, como culinária local e eventos culturais.
Conclusão
O aviturismo apresenta-se como um segmento em expansão no Brasil, com impacto positivo tanto na economia quanto na conservação ambiental. Para destinos que buscam destacar-se nesse mercado, é essencial compreender as motivações dos observadores de aves e investir em estratégias que valorizem a biodiversidade e a experiência do turista. O Brasil, com sua rica avifauna e diversidade de habitats, tem uma oportunidade única de se consolidar como referência global nesse segmento.