Quem me conhece sabe que há mais de uma década venho me dedicando ao turismo de observação de aves. Ao longo dessa jornada, participei de feiras, organizei roteiros, promovi destinos e conheci pessoas incríveis que compartilham da mesma paixão pela natureza e pela conservação. Mas a Global Birdfair 2025, realizada em Oakham, na Inglaterra, teve um sabor especial. Foi a minha segunda participação no evento — e, sem dúvida, a mais significativa.
Desta vez, não fui apenas como entusiasta ou operadora. Tive a honra de estar presente representando o Brasil e, com ainda mais orgulho, o meu estado: o Mato Grosso do Sul, com destaque para o Pantanal Sul. Essa conquista não foi apenas minha, mas de todos que acreditam no potencial do turismo de natureza como ferramenta de desenvolvimento sustentável e promoção internacional.
Uma Delegação Brasileira de Peso
Nosso país marcou presença com um estande institucional articulado em parceria com a Embratur, reunindo destinos, operadores e guias especializados em aviturismo e ecoturismo. Estiveram presentes representantes do Pantanal Sul, Mato Grosso, Ilhabela. A Brazil Bird Experts, Birding Pantanal, Lajedo dos Beija Flores e a South Pantanal também estiveram ativamente promovendo seus roteiros e experiências.
Durante os três dias de evento, tivemos uma programação intensa: atendimentos ao público britânico e internacional, apresentações institucionais sobre os destinos brasileiros, rodas de conversa, networking com operadores e jornalistas especializados e, claro, reencontros com parceiros e amigos do aviturismo global. A Global Birdfair é, além de uma vitrine, um grande ponto de encontro da comunidade internacional do birdwatching.
A Importância da Global Birdfair
Mais do que uma feira, a Global Birdfair é uma chancela. Participar como expositor significa afirmar que seu destino ou produto turístico está preparado, estruturado e comprometido com boas práticas para receber o exigente público da observação de aves.
Além disso, o evento oferece uma janela estratégica de networking, com oportunidades reais de negócios, desde que se entenda o seu funcionamento. Por questões legais, a comercialização de pacotes no Reino Unido exige parcerias com operadores britânicos. Por isso, mais do que vender ali, o foco é construir relacionamento, apresentar seu produto e iniciar conversas com vistas a médio e longo prazo — muitas negociações iniciadas na feira se concretizam nos anos seguintes.
Dicas para Quem Quer Participar
Deixo aqui algumas recomendações para quem deseja se preparar bem para a Global Birdfair — especialmente para destinos e profissionais brasileiros:
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Planejamento é tudo: estude o mapa da feira, veja com antecedência quem são os expositores e operadores presentes e defina com quem deseja conversar.
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Leve materiais de apoio: mapas, folders e imagens ainda fazem a diferença. O público britânico valoriza ter algo físico que o ajude a entender onde fica o destino, como chegar e o que esperar.
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Capriche na apresentação: use boas fotos das aves, dos ambientes e da cultura local. Aproveite a palestra para educar o público sobre o que o Brasil oferece.
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Capture contatos: tenha uma planilha ou formulário simples para registrar e-mails e informações dos visitantes interessados. O trabalho de follow-up é essencial.
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Mostre impacto positivo: projetos de conservação e ações sociais fortalecem a imagem do destino. São diferenciais valorizados pelo público e operadores internacionais.
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Pense além do estande: ações como pequenos coquetéis, sorteios ou ativações criativas ajudam a atrair mais atenção e criar memórias duradouras.
Um Trabalho de Bastidores Que Valeu a Pena
Estar na Global Birdfair também foi resultado de um intenso trabalho de bastidores: articulações com o Ministério do Turismo, Embratur, reuniões com parceiros, elaboração de documentos, ajustes operacionais e logísticos. Por isso, ver o estande brasileiro montado, ativo e sendo visitado por centenas de pessoas foi profundamente emocionante. Foi a prova de que o esforço coletivo valeu a pena.
Pessoalmente, viver esse momento como representante do meu estado e do Brasil foi uma das maiores realizações da minha trajetória profissional. E mais do que isso: foi a reafirmação de que estamos no caminho certo. O aviturismo brasileiro está ganhando cada vez mais reconhecimento internacional — e fico feliz por contribuir com esse movimento.
Seguimos voando juntos, por nossas aves, nossos destinos e nossa gente.